segunda-feira, 15 de março de 2010

LA HABANA

Depois de uma semana inteira praticamente sem sair da escola (com exceção de uma visita ao vilarejo de Baracoa para uma pesquisa relacionada ao curso e uma rápida ida à Güira de Melena para um jantar com show de transformistas ao qual a turma foi convidada), finalmente arranjei um tempo para conhecer La Habana, a capital dos cubanos, ou simplesmente Havana como chamamos aqui.

Acordei no sábado de manhã com uma ressaca enorme depois de ter ingerido apenas três latinhas de Bucanero, uma cerveja cubana forte pra caramba. Consegui um engov com uma colega prevenida e a dor de cabeça passou. No início da tarde uma parte da galera do curso se reuniu e então pegamos o ônibus da escola que nos levaria à capital.

Depois de uma hora de viagem desembarcamos em frente à Coppelia, uma tradicional sorveteria de Havana, onde pude perceber que havia uma fila enorme de pessoas para comprar sorvete. Um detalhe: ao lado havia um quiosque que vendia sorvetes e estava vazio. Descobri pela Juliana, colega de curso que serviu como guia turístico para todos naquele dia, que os cubanos preferem enfrentar a fila para pagar mais barato o sorvete, em pesos cubanos. O quiosque vende em CUCs (a moeda criada pelo governo para desestimular o uso do dólar pelos turistas), e o custo do sorvete é maior. Mas nada impede um cubano de comprar ali, só vai pagar mais para fugir da fila.

Kito, Daniel, Cecília, Mayara, Carlos

Naquela tarde andamos por Vedado e Centrohabana, dois bairros tradicionais da cidade. É impressionante ver a beleza das construções antigas da cidade e, ao mesmo tempo, é triste ver o seu estado de deterioração. Mesmo assim a cidade é encantadora. O Malecón, que circunda boa parte da orla, permite uma visão interessante de Havana, principalmente no fim da tarde, próximo ao por do sol.

El Malecón

Em Centrohabana fomos a um shopping center (!). Eu até me surpreendi, porque não imaginava encontrar isso por lá. É claro que o shopping não chega nem perto dos templos consumistas a que estamos acostumados aqui no Brasil, mas existe. Como publicitário, me chamou a atenção das logomarcas das lojas, que obedeciam quase todas – com uma ou outra exceção – a um mesmo padrão gráfico.

A arquitetura da região central tem características neoclássicas, certamente por influência da colonização espanhola. Já em Habana Vieja, para onde fomos à noite, há muitas construções em estilo barroco. Nessa parte da cidade já se percebe a recuperação de prédios antigos, provavelmente devido ao turismo, a atividade econômica que vem salvando Cuba dos problemas criados pelo embargo. Nessa mesma noite ao La Bodeguita del Medio, um dos bares mais famosos da região da cidade e que segundo falam, oferece o melhor mojito de La Habana.

Depois desse sábado, ainda tive oportunidade de passar mais alguns dias na cidade, após o término do curso. Foi possível conhecer alguns museus, como o de Artes e o da Revolução, alguns lugares como a Praça da Revolução, que fica numa zona mais moderna da cidade e também uma das praias próximas, Santa Maria del Este, onde a água é de um azul transparente que eu nunca havia visto antes.

Santa Maria del Este

Uma oportunidade interessante foi ter passado alguns dias na casa de duas famílias cubanas, a da Zoe e do Eduardo e a da dona Tereza. Por um preço mais acessível que o dos hotéis, foi possível conviver mais de perto com a realidade local e fazer algumas boas amizades.

Também não posso dexar de dizer que tive excelentes companhias para conhecer La Habana, e no penúltimo dia de viagem só restamos três: eu, o Daniel Lemos e a Cecília. Acho que nesse dia começou a bater uma deprê e o resultado foi o vídeo abaixo.


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