quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

As facetas do ser humano

Numa conversa com uma amiga, falávamos das dificuldades do dia-a-dia, da ânsia de dar conta de tudo o que nos é exigido, dos problemas que nos surgem, da velocidade com que as coisas acontecem e dos reflexos que isso causa em nós. E aí ela trouxe à tona uma questão interessante: o ser humano tem diversas facetas e pra evoluir precisa saber explorá-las, colocá-las em prática e extrair delas coisas que lhe façam crescer.

Depois da nossa conversa, fiquei com essa pulga atrás da orelha e parei pra pensar mais um pouco. Foi fácil concluir que existem algumas pessoas que gastam seu tempo tentando dar conta de explorar ao máximo todas as “facetas” possíveis e num outro extremo existem aquelas que procuram dar conta apenas das necessidades essenciais e acabam por não colocar seus talentos em prática. Uns são superexigentes consigo mesmos e outros subaproveitam suas capacidades.

Analisando assim, friamente, dá pra pensar que os que exploram ao máximo seus talentos estão com a razão, e que os outros são acomodados. Mas se nos perguntarmos quais dos dois são mais felizes? Bem, aí eu já tenho minhas dúvidas. Aqueles que exercitam o maior número de facetas possíveis provavelmente tendem a ser pessoas mais exigentes consigo mesmas e acabam sofrendo mais por isso, por estarem sempre buscando algum tipo de superação. Enquanto isso, os acomodados estão curtindo a vida da forma que acham mais conveniente.

Acredito também que os do primeiro grupo estão mais propensos às doenças que têm se propagado na nossa era pós-moderna, seja lá stress, ansiedade, depressão e outros tantos transtornos que surgem a cada dia. E qual seria então o melhor caminho? Deitar na rede e deixar o tempo passar, pra evitar o stress? Eu acho que o melhor mesmo seria um meio termo, mas será que é fácil conseguir isso? 

Bom, quem me conhece de verdade sabe que eu estou muito mais para o primeiro grupo do que para o segundo, mesmo acreditando que o melhor mesmo seria seguir os velhos ensinamentos budistas sobre o tal caminho do meio. Mas se fosse fácil seguir esses preceitos, garanto que eu já teria me livrado dessa dor de cabeça que me atormenta há meses.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

2011

No último dia 31 de dezembro me fiz a seguinte pergunta: O que realmente se transforma com a mudança de um simples dígito no final de um número? Por todos os lados criam-se expectativas de transformações, de coisas novas que virão juntas com o ano que se inicia. Mas na prática, encerra-se um calendário e inicia-se outro. Um ciclo de contagem do tempo estabelecido por alguém, ao qual todos nos submetemos sem questionar.

Ah, mais foi estabelecido dessa forma porque leva em conta a volta que a Terra dá em torno do sol. Mas e aí? A Terra deu uma volta inteira, chegou no mesmo lugar de onde partiu, e vai começar tudo de novo, exatamente igual. E acho que é justamente isso que a maioria das pessoas não quer. Fazer tudo exatamente igual ao ciclo anterior.

Então as pessoas fazem planos, estabelecem metas, decidem que será tudo diferente nesse novo ano. Uns param de fumar, outros de beber, outros resolvem beber mais pra poder se soltar. Tudo em função desse novo ciclo, para que ele seja diferente do anterior, para que seja melhor que o anterior. O maior problema é quando essas decisões se perdem na correria do dia-a-dia, fazendo com que no final desse ciclo as pessoas cheguem à terrível constatação de que pouco ou nada fizeram para atingir seus objetivos.

Acho que o que vale a pena disso tudo é o momento pra repensar nossas vidas e tomar decisões importantes. Não que isso não possa ou não deva ser feito em qualquer outro dia do ano, mas acho que nessa época ficamos mais propensos a isso. O que não vale é esmorecer em nossas decisões e deixar o tempo passar sem tomar alguma atitude.

Ainda está em tempo de fazermos esse novo ciclo diferente daquele que passou, estamos recém no dia 5 de janeiro. Mãos à obra!