terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Voltas

Me faz bem
Voltar no tempo
Caminhar nas ruas de antes
Ouvir as mesmas vozes
Perceber as mesmas cores
Lembrar dos velhos itinerários
Passar pelos mesmos muros
Seguir os mesmos rumos
Pisar as velhas calçadas
Lembrar do que foi apagado pelas novas construções
Cruzar pelo asfalto que soterrou o antigo calçamento
Ver novas cores nas velhas casas
Ver outras caras nas mesmas ruas
Sentir o sol queimando como antes

Me faz bem
Sentir que o tempo passou
E pensar que ainda é possível
Ao menos por alguns instantes
Ter os velhos tempos de volta

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

SOBRE BAILES E AMORES

O universo da terceira idade sempre me despertou interesse, desde meus tempos de criança quando ficava ouvindo, fascinado, as histórias que os mais velhos contavam. Enquanto esperava a água do chimarrão amornar, condição imposta pelos meus avós para que pudesse tomar um mate e não correr o risco de queimar a língua, eu ficava de ouvidos atentos às conversas que rolavam.

Sempre vi os idosos como pessoas interessantes e sempre nutri uma grande admiração pelos "meus velhos". Mas talvez esse meu olhar de respeito e admiração nunca me permitiu vê-los como homens e mulheres capazes de amar e desejar outras pessoas. Meus avós maternos tinham um casamento como tantos outros, meus avós paternos, apesar de “desquitados”, jamais tiveram algum romance depois da separação e minha bisavó manteve intocável seu estado civil de viúva por mais de cinqüenta anos, até o final da vida.
Talvez só agora, ao partir para um processo de pesquisa sobre bailes da terceira idade, dei de cara com uma realidade que eu nunca havia analisado mais profundamente. No início do trabalho, nos perguntávamos o que buscam os homens e mulheres que freqüentam esses bailes. E a resposta mais coerente foi de que a grande maioria está ali em função de uma palavra de quatro letras que move a maioria das pessoas ao longo da vida, o AMOR.
Durante esse processo de pesquisa, que resultou em um documentário sobre o tema, o contato com várias pessoas dessa faixa etária me fez perceber que a diferença que separa suas expectativas com relação ao amor das expectativas dos jovens, tem a ver apenas com o tempo que viveram a mais, o que lhes carrega de experiências e talvez os faça encarar as coisas com mais serenidade. Mas a busca pelo amor, e a possibilidade de vivê-lo intensamente, essas permanecem guiando os passos de homens e mulheres, seja qual for sua idade.


O documentário “Danças do Coração” foi produzido entre setembro e novembro de 2010, na Oficina de Vídeo Avançada do Projeto Olho Vivo e deve ser exibido no início de 2011.
Realização:
Carlos Vogel, Christiane Spode, Fernanda Simões, Giselle Nicaretta, Grace Ignatowicz Barbosa, Guilherme Bucco, Melanie Narozniak, Thomas Kuhn e Tyago Martins.
Coordenação:
Luciano Coelho

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Cruzando os campos do Rio Grande

No ano de 1837, em plena Revolução Farroupilha, alguns gaúchos que viviam na região entre o Rio Camaquã e a barra do Rio Tramandaí, assistiram a uma cena atípica: alguns barcos cortaram os campos do Rio Grande, sustentados por rodas de carreta e puxados tropas de bois. A estratégia fazia parte de uma manobra idealizada por Giuseppe Garibaldi, que tinha o objetivo de ocupar a cidade de Laguna, em Santa Catarina, e para isso era necessário transportar os barcos que foram construídos na estância de uma das irmãs de Bento Gonçalves, sem que fossem interceptados pelas tropas imperiais. E como uma boa parte da região da Lagoa dos Patos estava ocupada, o jeito foi transportar os barcos por terra mesmo.



E agora, quase 200 anos depois, os gaúchos se deparam novamente com uma cena incomum para seus olhos. Eis que um Boeing 737 está percorrendo por terra uma distância ainda maior que a dos barcos de Garibaldi. A fuselagem do avião, com cerca de 33 metros de comprimento, deixou o Aeroporto Salgado Filho por volta das 22hs desta quarta-feira, com destino à cidade de Panambi, no noroeste do estado, onde deverá ser transformada numa sala de cinema, que funcionará junto ao Museu Militar Brasileiro daquela cidade.


sexta-feira, 5 de novembro de 2010

AINDA SOBRE AS ELEIÇÕES

Com diferença de mais de 12 milhões de votos, Dilma Roussef foi eleita a primeira mulher presidente do Brasil. Apesar da campanha eleitoral ter descambado para um nível indesejável, a maioria da população preferiu não dar ouvidos ao jogo sujo da campanha de Serra e seguir firme no propósito de dar continuidade ao trabalho iniciado por Lula.

Eleição encerrada, votação apurada, nome da nova presidente divulgado. E quando eu achei que a sessão de absurdos se encerraria, percebo o contrário. Tenho lido e ouvido tantas coisas descabidas de domingo a noite para cá, que é impossível não me sentir revoltado.

Desqualificar o voto de alguns brasileiros, por viverem em uma região mais pobre, por exemplo. Será que por eu viver no sul, meu voto vale mais do que o de alguém que vive no norte? Será que o fato do sudeste ser a região mais desenvolvida do país, o voto dos seus habitantes tem uma qualidade maior que o dos nordestinos? É triste saber que existem pessoas que pensam dessa forma e discriminam seu semelhante, a medida que os definem como "massa de manobra", "ignorantes" ou outros absurdos do gênero. Democracia pressupõe respeitar a vontade da maioria, mesmo quando essa vontade é diferente da nossa.

* * *

Não considero que o governo do Lula tenha sido perfeito, pelo contrário, me decepcionei com algumas atitudes do PT, que me fizeram rever todos os meus conceitos sobre política. Mas apesar de tudo, não posso fechar meus olhos ante os bons resultados apresentados. Foram 8 anos de muitas conquistas sociais que mudaram a cara do Brasil, com milhares de pessoas deixando para trás a linha de pobreza. É claro que políticas assistencialistas não podem ser utilizadas como solução por um longo período. É preciso partir delas, mas em direção à geração de empregos e oportunidades de qualificação. As políticas assistencialistas devem ser um primeiro passo, permitindo aos menos favorecidos economicamente ter suas necessidades básicas saciadas. Com a barriga vazia, ninguém consegue estudar ou trabalhar. Depois disso é necessário avançar. E o governo Lula já deu um grande passo, que foi diminuir as taxas de desemprego e ampliar o número de universidades públicas.

* * *

O grande problema da maioria das pessoas é o egoísmo. Querer tudo para si. Eu não me importo em pagar impostos e o meu dinheiro ser usado pra matar a fome de alguém. Desde que esse dinheiro seja usado com responsabilidade. Existe um discurso de que a classe média tem sofrido, porque o governo só faz pelos pobres. Mas será que isso é totalmente verdade? As pessoas reclamam, mas quase todo mundo tem carro na garagem e TV de LCD. A cada dia tem mais carro circulando nas ruas. Todo mundo quer mais e mais, sem querer abrir mão de nada.

Acredito que é preciso parar de olhar para o próprio umbigo e tentar enxergar os resultados através de uma perspectiva um pouco maior. É preciso “ver” socialmente. Quem tem muito dinheiro dificilmente sairá perdendo a ponto de passar fome. Agora, para quem não tem nada, um prato de comida faz muita diferença.

* * *

É por essas e por outras coisas que fico feliz com a eleição da Dilma. E acredito que o papel de todos os brasileiros, a partir de agora, é fazer a sua parte para que o novo governo tenha êxito. E fazer a sua parte envolve fiscalizar para que as coisas aconteçam corretamente, em todos os sentidos. Só acho que não vale fazer o que muita gente faz, que é torcer contra. Porque aí estamos torcendo contra nós mesmos, pois querendo ou não, somos parte desse país e temos que respeitar a opinião da maioria.


A comida do McDonalds e as mudanças nas relações de trabalho

Em outubro, um tribunal do Rio Grande do Sul deu ganho de causa a um ex-funcionário do McDonalds que engordou 30 kg em 12 anos de trabalho. De acordo com o advogado do caso, uma das funções do ex-funcionário era a degustação dos produtos vendidos no estabelecimento. Além de uma indenização de R$ 30 mil, a empresa terá que custear um tratamento médico pro cara, visando a redução de peso.

Esse tipo de decisão da justiça pode ser um bom sinal e me leva a crer que existe uma tendência com relação à humanização das relações de trabalho, que talvez faça com que as grandes corporações passem a ver seus funcionários como pessoas não apenas no discurso, mas também na prática.

Quanto à comida do McDonalds...


quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O joio e o trigo

É incrível o número de besteiras que andam circulando pela internet às vésperas da eleição e invadem nossos emails sem permissão. Textos apelativos e sensacionalistas, sem nenhuma fundamentação consistente, defendendo posições políticas com argumentação fraquíssima. É uma pena que as pessoas se apeguem a esse tipo de argumento e os repassem como verdade absoluta, sem analisar suas fontes e sem questionar seus dados.

Felizmente, em meio a tanta abobrinha, existem coisas que merecem nossa atenção e levam a refletir sobre a escolha que teremos que fazer no próximo domingo, escolha essa que não diz respeito a eleger apenas Dilma ou Serra, mas sim uma escolha que envolve dois projetos políticos distintos. Muito mais do que perder tempo assistindo ao horário eleitoral gratuito – que descambou para uma série de acusações mútuas, iniciada pela campanha do PSDB ao definir que para conseguir votos era preciso baixar o nível, provocando no adversário respostas a mesma altura – vale a pena prestar atenção em algumas coisas inteligentes que andam pela rede.

Tenho acompanhado alguns blogs, como o do Jorge Furtado e o RS Urgente. Gosto principalmente do Furtado, porque ele vem desmistificando algumas idéias absurdas que têm sido viralizadas via web, e o faz com argumentos consistentes e uma linguagem clara.

http://www.casacinepoa.com.br/o-blog/jorge-furtado

http://rsurgente.opsblog.org

Gosto também de uma entrevista da Marilena Chauí, que faz uma reflexão acerca da democracia que deveria ser vista por todo mundo.


Tem também um texto do Leonardo Boff, publicado no site “vi o mundo”, que fala sobre a questão da liberdade de imprensa e a inversão de significados que a mídia anda espalhando aos quatros ventos.

http://www.viomundo.com.br/politica/leonardo-boff-os-abusos-da-midia-contra-lula-e-dilma.html

De resto, quem me conhece sabe qual a minha posição política, e o que quero com esse texto não é simplesmente fazer campanha para a Dilma – porque obviamente jamais faria para o Serra, por questões ideológicas – mas sim dizer que não se discute política sem bons argumentos. Pena que nem todo mundo tenha essa consciência.

domingo, 19 de setembro de 2010

SER GAÚCHO






Há seis anos morando fora do Rio Grande do Sul, já perdi as contas de quantas vezes ouvi pessoas comentarem que os gaúchos são bairristas, que os gaúchos são prepotentes, que os gaúchos acham que tudo no Rio Grande é melhor. Exagerados aos olhos dos outros, os gaúchos parecem ter algo que outros povos do país não têm, para sustentar essa auto-estima desmedida.

Na realidade, antes de sair de lá, eu nunca havia pensado nesse assunto. Sempre foi tão natural, para mim, amar o Rio Grande e me orgulhar das cores da nossa bandeira. Confesso que os desfiles de 07 de setembro sempre me pareceram tão chatos e sem graça, desde os tempos em que a escola me obrigava a desfilar. Mas pelo contrário, no dia 20 de setembro, data em que se comemora a Revolução Farroupilha e o Estado se ergue em festa, eu sempre me dispunha a ver o desfile tradicionalista tomar conta das principais ruas de minha cidade. O que havia de diferente nessas duas comemorações, aos meus olhos de criança? Talvez o fato de me sentir muito mais próximo das comemorações farroupilhas, simplesmente por que cresci em meio àquelas tradições.

O que percebo hoje, tentando olhar a coisa de longe, é que realmente parecemos estranhos diante do povo de outros estados, que não têm a mesma paixão pela sua terra. Mas não são apenas os gaúchos que são assim. Baianos, pernambucanos e mineiros, por exemplo, também preservam suas raízes e se orgulham da sua história e da sua tradição.

O grande problema dos brasileiros não está nesse suposto bairrismo. O problema é que nós, brasileiros, não nos orgulhamos da nossa Pátria tanto quanto deveríamos. E a resposta a isso pode estar nas dimensões continentais do nosso país. É impossível uma unidade cultural que abranja todo o território. Apesar de todos assistirmos ao Jornal Nacional e falarmos a língua portuguesa (embora com léxico e sotaques diferentes), as diferenças culturais de norte a sul são imensas.

O mérito está, então, em celebrar essa diversidade. O Brasil é um país tão rico culturalmente, que é triste ver que em alguns pontos do país a cultura local está sendo suplantada por culturas estrangeiras. Não que não devamos ser abertos a conhecer o que não nos pertence, mas sim que devemos preservar a nossa cultura para que jamais percamos a nossa identidade.

O Rio Grande do Sul é um dos estados brasileiros que mais preserva sua cultura, cultura essa que faz parte desse “país-continente” chamado Brasil. Apesar dos gaúchos serem muito mais parecidos com argentinos e uruguaios do que com baianos ou pernambucanos, isso não os faz menos brasileiros. A explicação está na sua colonização, iniciada pelos espanhóis, e na proximidade geográfica com nuestros hermanos, fatores que muito contribuíram para a disseminação de hábitos e costumes.

O que falta, repito, não só aos gaúchos, mas a todos os brasileiros é o patriotismo. E esse patriotismo começa com o cultivo de nossas tradições. Cada povo deve fazer o que lhe cabe para perpetuar a identidade do seu pedaço de Brasil. E não lembrar de ser patriota apenas em tempos de Copa do Mundo.

Quanto ao separatismo, com certeza essa não é a opinião de todos os gaúchos, que se fossem tão bairristas e separatistas assim, não teriam saído Brasil afora, dando sua colaboração para o desenvolvimento de áreas inexploradas dessa imensa nação.

Agora, àqueles que me julgarem bairrista, peço desculpas antecipadamente, mas não posso deixar de mencionar o orgulho que sinto em ser gaúcho, ainda mais nessa época do ano em que o tradicionalismo ganha força em meio às comemorações da semana farroupilha. Gaúcho sim, mas sem deixar de ser brasileiro.




terça-feira, 14 de setembro de 2010

O que se faz em 80 anos?


Oitenta anos são 960 meses, algo em torno de 4.174 semanas, 29.220 dias ou ainda 701.280 horas. Um pouco além disso, 80 anos pode ser tempo suficiente para curtir a infância com os irmãos e primos, tempo para fazer com que alguém ande muitos quilômetros para pedir sua mão em casamento, tempo para parir e criar quatro filhos, ver esses filhos terem filhos e olhar para os netos, crescidos e barbados, e implorar a vinda de um bisneto.


Tempo para freqüentar os bancos escolares por apenas quatro meses e mesmo assim aprender o suficiente para apreciar Shakespeare ou para ensinar um neto a ler enquanto lhe acompanhava na leitura diária do jornal.


Tempo para aprender a fazer um almoço inconfundível ou doces de abóbora de lamber os beiços. Tempo para preparar chimarrão e fazer palavras cruzadas. Tempo para assistir à novela das seis e para cultivar a mania de jogar cartas sozinha em cima da cama. Tempo para costurar as roupas furadas que os netos trazem de longe e para acender uma vela para iluminá-los quando é preciso. Tempo para aprender a fumar e tempo para deixar o cigarro de lado.


Tempo para fazer amigos e viagens mesmo depois dos setenta. Tempo para saber que nunca é tarde para começar algo novo. Tempo para dores difíceis, como a de perder um filho e tempo para superar e seguir em frente. Tempo para chorar e tempo para sorrir.


Tempo mais do que suficiente para encher um neto de orgulho.


Fica registrada aqui minha homenagem aos 80 anos da Dona Cleci, minha avó.






terça-feira, 24 de agosto de 2010

ANTES QUE O MUNDO ACABE

Mais de um mês sem postar nada no blog. Falta de inspiração? Falta de tempo? Preguiça? Sei lá... Mas sei que hoje resolvi escrever, saí do cinema com vontade de rabiscar alguma coisa.

Não sei explicar ao certo o que move minha paixão pela sétima arte, mas acho que essa coisa de sair da sala de cinema com a pulga atrás da orelha depois de ver um filme faz parte disso. Hoje assisti o primeiro longa da Ana Luíza Azevedo, “Antes que o mundo acabe”, produção da Casa de Cinema de Porto Alegre. Trata-se uma história simples mas muito bem contada, um recorte interessante de uma das melhores fases da vida, a adolescência.

A história se passa numa cidadezinha do interior gaúcho, e talvez por isso eu tenha me identificado com algumas (ou muitas) coisas do filme e isso me deixou pensativo, me fez lembrar da minha adolescência, da época em que eu sabia muito pouco sobre quase nada, e não que hoje eu saiba muito sobre tantas coisas, mas talvez um pouco mais do que naquela época e isso me fez sentir saudade da ingenuidade e curiosidade daquele tempo.

Nessa época da vida a gente faz tantos planos, sonha com tantas coisas e depois que o tempo passa fica até difícil de lembrar com o que a gente sonhava e o que a gente planejava. A vida vai levando a gente por caminhos que muitas vezes não pensamos em percorrer, e muitos destes planos e sonhos se perdem, ou se transformam em outros. E nem percebemos em que ponto eles se perderam ou em que se transformaram.

É preciso que conservemos um pouco dessa ingenuidade da adolescência, para que não fiquemos práticos demais e o mundo perca a graça. Precisamos deixar que a vida continue a nos surpreender, a nos mostrar coisas novas e a nos dizer insistentemente que não devemos abandonar nossos sonhos, por mais distantes que eles pareçam.

A vida é uma só, e é preciso aproveitar o que ela tem pra oferecer. Acho que às vezes faz bem esquecer que nos tornamos adultos e encarar o mundo como um adolescente, afinal sempre vai haver alguma coisa diferente para a gente descobrir.

Pra quem não assistiu o filme, eu recomendo.



INTER, CAMPEÃO DE TUDO E MAIS UM POUCO!!

terça-feira, 13 de julho de 2010

It's been a long time since I rock-and-rolled

>>>Já que hoje é o dia do rock, to re-postando um texto que escrevi um tempo atrás sobre minhas primeiras influências musicais...<<<

Fiz uma regressão musical aos sons da minha infância e acho que ficou bem clara a minha primeira influência: um LP da Jovem Guarda que meu pai tinha em casa, que continha na capa um carrão vermelho conversível e cujo repertório incluía diversas versões de canções estrangeiras, como a de “Hang on Sloopy” gravada pelos Beatles, que na voz de Leno & Lillian se transformou em “Pobre Menina”. Havia também algumas coisas do “rockzinho” italiano dos anos 60, como “C'era un ragazzo che come me amava i Beatles e i Rolling Stones”, mas de todas as faixas do disco a que eu mais curtia era “Pensando Nela” do Goldens Boys, que somente muitos anos depois eu fui descobrir que era uma versão de “Bus Stop” da banda inglesa The Hollies.



Essas musiquinhas embalaram boa parte da minha infância e daí pra conhecer Beatles foi um tapa. E depois de Beatles vieram Elvis, Janis Joplin, Rolling Stones e o gosto pelo rock foi aumentando. Na minha adolescência comecei a ouvir Ramones por causa de “Poison Heart” e “Pet Semetary” e fui desenvolvendo um gosto especial pelo punk rock, incluindo The Clash e Sex Pistols e depois Green Day e The Offspring.

Foi também na minha adolescência, lá pelo início dos anos 90, que comecei a ouvir Guns ‘n Roses e Nirvana e que conheci o consagrado black album do Metallica, através de uma fita K7 que meu irmão gravou e que deve existir até hoje, guardada em algum lugar na casa da minha mãe.

Quando entrei pra faculdade comecei a ouvir muito as duas bandas que, pelo menos pra mim, são as melhores de todos os tempos: Pink Floyd e Led Zeppelin. E nas baladas do DCE em Santa Maria rolavam coisas como “Can't stop lovin you” do Van Hallen e “Light my fire” do The Doors, que também me fazem lembrar dessa época.

E atualmente, além de permanecer ouvindo os clássicos, tenho escutado algumas coisas novas, como o indie rock do Franz Ferdinand e do The Strokes e também The White Stripes.

Do rock nacional, pra mim ninguém supera Legião Urbana, mas também curti muito ouvir Raimundos numa época, e curto coisas do rock gaúcho, como Engenheiros do Hawaii, Nenhum de Nós, Cidadão Quem, Tequila Baby e TNT.


Alguns dos álbuns que eu nunca deixo de ouvir:







>>>Apesar de já ser noite, ainda da tempo de terminar esse post desejando um feliz dia do rock pra todos aqueles que, como eu, curtem o bom e velho rock and roll!!!<<<

segunda-feira, 28 de junho de 2010

A história de Janete

Janete era apenas mais uma desempregada, dentre tantas em nosso país. E estava à procura de um emprego, um bom emprego, que lhe garantisse o sustento e permitisse ajudar em casa, afinal a aposentadoria de seu pobre pai cobria apenas o custo dos remédios que ele tomava. E a de sua mãe, servia apenas para o básico necessário à sobrevivência daquela pequena família do subúrbio curitibano.

Todo dia Janete comprava a gazeta e avidamente abria as páginas dos classificados. Seus olhos percorriam, afoitos, a sessão de empregos, em busca de algo que pudesse mudar sua situação financeira. Até que, naquele dia, encontrou algo que vinha de encontro aos seus anseios. Uma proposta de emprego para aquilo que mais sabia fazer. Ela aprendera o ofício com a mãe e agora chegara a sua vez de colocar em prática os seus conhecimentos.

E num fim de tarde ela saiu de sua casa em direção à Rua Piquiri, número 737. Perdeu o primeiro ônibus que a levaria ao terminal mais próximo, onde pegaria o Interbairros que a deixaria próximo ao seu destino. Era quase início da noite mas Janete não desistia. Era sua chance.



CORTO CABELO E PINTO


Elenco:
Fabíola Melo, Klaus Koti, Melanie Narozniak, Thereza Cristina de Oliveira, Tyago Martins e Christiane Spode.

Equipe Técnica:
Carlos Vogel, Christiane Spode, Fábio Henrique da Silva, Fabíola Melo, Giselle Nicaretta, Guilherme Bucco, Jonas Sanson, Klaus Koti, Melanie Narozniak, Rodney Miyakawa, Rodrigo Stulzer, Thereza Cristina de Oliveira, Thomas Kuhn, Tyago Martin, Vicente César Farias e Willian Keller Miranda.

Coordenação:
Luciano Coelho

Realização:
Projeto Olho Vivo