quarta-feira, 10 de março de 2010

CUBA E O REGIME SOCIALISTA

Eu sempre tive um sentimento especial por Cuba, um orgulho de algo que nem era meu, apenas por ver aquele pequeno país da conturbada América Central sobreviver longe do imperialismo norte-americano. Minhas convicções socialistas, que nasceram na infância por influência de um tal Leonel Brizola, me levaram a crer durante muito tempo que a revolução conquistada por Fidel, Che e seus comandados era o caminho ideal contra o capitalismo.

Hoje eu consigo visualizar com um pouco mais de nitidez os prós e os contras dessa história toda e emitir uma opinião mais imparcial e menos apaixonada sobre Cuba. Admiro a firmeza dos irmãos Castro em manter a ilha afastada das garras ianques, mas também discordo de alguns métodos impostos pela ditadura que vigora no país há mais de 50 anos.

É de se admirar que um país como Cuba seja referência na área de medicina para o mundo e que o seu índice de analfabetismo seja zero. Ao se conversar com um cubano, é perceptível o seu nível cultural e sua capacidade de discernimento sobre a situação em que vivem. Todos têm argumentos fundamentados sobre o regime totalitário em que vivem, sejam contra ou a favor.


Cuba vive longe das drogas e se mantém a salvo do tráfico que assola diversos países latino-americanos, e talvez seja isso que colabore para que a violência inexista nas ruas e permita que os turistas andem com tranqüilidade pelas ruas de Havana, sem medo de serem assaltados ou assassinados a sangue frio, como vemos seguidamente acontecer aqui no Brasil.

Pesando contra o regime, não se pode deixar de falar na perda de liberdade de expressão, características de qualquer ditadura, e na falta de liberdade de ir e vir que impedem os cubanos de deixar o país a hora que quiserem, sem anuência do governo.

Os CDR (Comités de Defensa de la Revolución) existem em todos os quarteirões e funcionam como síndicos daquele pequeno espaço, sendo responsáveis por promoções culturais, esportivas, de segurança, etc. E também atuam de alguma forma como fiscais do regime socialista.


As opiniões sobre o sistema político do país são divergentes entre os cubanos. D., uma jovem de 30 anos, moradora de Cienfuegos e que viajava à Havana a trabalho, no mesmo ônibus que eu, vê em Cuba um paraíso para se viver e se orgulha da qualidade da educação e da saúde do país, mesmo reconhecendo os problemas que vivem. R., um rapaz de 21 anos que trabalha como massagista, critica o militarismo e diz que alguém que fala contra o governo pode ser preso caso seja denunciado e a partir daí ninguém mais sabe o que pode acontecer.



São opiniões divergentes sobre um país fascinante. Visitar Cuba manteve acesa minha paixão pelo país e, em contrapartida, me ajudou a analisar a situação mais cautelosamente, ouvindo opiniões diferentes e que de alguma forma se complementam.




6 comentários:

  1. Fala, Meu Guri! Susse?
    Te escrevo para parabenizar pelo post sobre Cuba. Não sabia sobre essa sua faceta "Hitchhiker". (risos)
    Cuba é - realmente - o mais "vintage" dos países do Mundo. Quero visitar lá. Dispenso o Cohiba, mas um bom Mojito, não abro mão.
    Se vale a sugestão, monta um Flickr com as fotos de lá.
    Um grande abraço.
    Fabrício Enke.

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  2. Gostei da imparcialidade do texto. Coisa rara de se ver quando o assunto é Cuba...

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  3. O texto é excelente para quem quer conhecer um pouco mais sobre Cuba, resumidamente nos traz informações sobre opinião popular, destaque na saúde e educação e limitações impostas pela forma de governo.

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  4. Para passear, blz, Cuba é ótima!
    Experimente morar, e esqueça seu macarrão com ou sem queijo, esqueça seu cinema, chocolate e carne então, só uma vez por mês. Cuba é utopia e tirania.

    Mari Atis
    neziaatis@hotmail.com
    Direito e Letras.

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    1. Esquecer o cinema? Será que vc sabe que em Cuba funciona uma das maiores escolas de cinema da América Latina? Vc conhece alguma coisa do cinema cubano? É bom dar uma estudada no assunto, garanto que não vai se arrepender... ;)

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