quarta-feira, 12 de outubro de 2011

UM DIA PARA AS CRIANÇAS


Já passa da meia-noite e o Dia das Crianças se foi. E com ele, a minha idéia ideia de postar um texto sobre esse dia acabou ficando para trás, perdida em meio a tantas coisas que me programei para fazer nesse feriado. E agora me vejo aqui pensando no que esse dia significava para mim e no que significa hoje.

Quando era criança, o tempo parecia passar mais lentamente. Era possível fazer milhares de coisas em um só dia: acordar cedo, pular da cama de mau-humor e ir pro colégio, brincar de let’s no recreio, almoçar com a família toda reunida, assistir aos desenhos que passavam à tarde na TV Bandeirantes – já que o Xou da Xuxa eu só podia assistir nas férias, brincar na rua com os amigos, esperar meu avô chegar do trabalho e sentar ao lado dele, esperando a água do chimarrão esfriar, voltar pra casa, tomar banho e ainda brincar mais um pouco. Isso tudo sem esquecer de fazer os “temas” de casa.

As férias chegavam sempre no final de novembro e eu tinha um mês pela frente para esperar pelo Natal. Aproveitava as manhãs para assistir aos desenhos que não via durante o ano e depois saia para andar de bicicleta. À tarde ia para a piscina do clube e ficava de molho na água até quase escurecer. Depois do Natal ainda havia mais dois meses de férias e havia tempo suficiente para ir praia e passar uns dias na casa dos meus tios que moravam “pra fora”.

Hoje o tempo passa tão rápido que os feriados muitas vezes acabam virando uma grande oportunidade para simplesmente colocar o sono em dia e quando o Natal chega, de repente, muitas vezes ainda não há nem sinal das férias. O tempo literalmente voa e não há momentos para quase nada. Tento fazer muita coisa e o relógio dá voltas freneticamente e não consigo fazer nem metade do que fazia nos meus dias de criança. Será que o tempo acelerou ou sou eu que penso estar acelerado e acabo não dando conta de fazer quase nada? Será que assumo tantos compromissos ou os compromissos tomaram conta do meu tempo? Ou então será que simplesmente não consigo mais ver o mundo da forma que via quando criança?

Não sei me responder essas questões, mas acho muito importante que exista um “dia das crianças”, para que a gente se deixe envolver um pouco por essa aura mágica que envolve a infância, simplesmente para respirar um pouco e tirar o pé do acelerador.