segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

PARIS E UM CENÁRIO

Paris é uma cidade que costuma ser muito explorada pelo cinema, seja nos seus cenários mais famosos, seja em suas ruas cheias de história.  O cinema tem dessas coisas, nos torna íntimo de lugares que nunca visitamos pessoalmente. Nos permite viajar sem sair da cadeira, nos possibilita ver o mundo através de uma tela. E quando finalmente chegamos a um desses lugares, por vezes nos deparamos com a possibilidade de circular por esses cenários.

Um pouco antes de conhecer Paris, fiquei sabendo por um amigo de um amigo, que o café onde trabalhava a personagem da atriz Audrey Tautou no filme “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain” existia de verdade e seguia aberto ao público.



O café funcionava muito antes do diretor Jean-Pierre Jeunet levá-lo às telas em 2001, como o ambiente de trabalho da esquisita Amélie, uma garota que decide ajudar os outros através de métodos pouco convencionais. Mas foi depois do filme que o bar ganhou fama de cult e virou ponto de referência para os fãs do filme e cinéfilos em geral.



Dentro do bar, vários posters e objetos cenográficos expostos lembram não só a história da jovem e seu fabuloso destino, mas também a dos outros de personagens do filme. Não há como não entrar no local e não visualizar o cara esquisitão que se sentava próximo à janela e ficava de olho na ex-namorada, amiga de Amelie. Tampouco é possível esquecer-se da tabacaria onde trabalhava a moça hipocondríaca. Uma pena que o anão que no filme pertencia ao pai da protagonista tenha sumido, levado por algum cliente que passou pelo bar.



Com relação a essa história do anão, fiquei imaginando que a pessoa que levou não deve ter tido a má intenção de roubá-lo para ficar com ele em casa. Prefiro acreditar que seja alguém que costuma viajar o mundo e está fazendo fotos do anão e depois irá levá-lo de volta ao bar, como mais uma prova de que o filme foi muito além da tela.



Para os fãs do filme que forem a Paris, a ida ao bar merece entrar no roteiro de viagem. Fica na Rue Lepic, 15, no 18º arrondissement, próximo a uma estação do metrô da qual não vou lembrar o nome agora, mas nada que uma pesquisa na internet não ajude.


 

Paris é mágica não só por suas ruas cheias de história e por seus cenários conhecidos mundialmente. Mas o é também por esses detalhes que a tornam ainda mais charmosa e interessante.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

MAPAS, BANDEIRAS E UM PAÍS QUE NINGUÉM CONHECE

Quando criança eu tinha um fascínio por mapas, que foi desaparecendo com o tempo. Ou talvez se transformando. Não sei. Eu era capaz de ficar horas e horas folheando um atlas do meu pai, observando curiosamente todos aqueles países distantes e descobrindo o nome de suas capitais. Aos cinco anos eu já sabia quase todas. De cor e salteado.

Alguns anos depois minha mãe comprou um atlas maior, quase do meu tamanho, e eu estudava minuciosamente as informações sobre os mais diferentes lugares do mundo. E partindo dos mapas, mudei meu foco de interesse para as bandeiras. Desenhava todas e pintava com lápis de cor. E assim fui aprendendo muito sobre geografia, a ponto de encher a paciência das professoras com perguntas e mais perguntas.

De todos os continentes, o meu preferido sempre foi a Europa. Provavelmente por sua história, por suas paisagens e por toda a fama que envolve as cidades européias. Mas o que me deixava mais impressionado é que em meio a tantos países famosos, existia alguns tão pequenos que ninguém nunca falava deles. Malta, Andorra, San Marino, Liechtenstein... E era sobre esses pequenos países que minha curiosidade freqüentemente recaía. Como que um país poderia ser tão pequeno, a ponto de sua população ser menor que a da minha pequena cidade no interior gaúcho?


Eu cresci e a curiosidade não desapareceu, apenas se manteve latente. E há pouco tempo, enquanto programava uma viagem à Europa com dois amigos, eles me perguntaram o que eu queria fazer em Liechtenstein. A resposta foi fácil: eu gosto de conhecer lugares onde “ninguém” vai... Depois de tê-los convencido, colocamos o pé na estrada, rumo à Vaduz, capital do pequeno principado encravado nos Alpes, espremido entre as fronteiras da Suíça e da Áustria.
Ao cruzar a fronteira e entrar nos domínios do pequeno país lembrei do velho atlas e me dei conta de que estava pisando naquele pequeno pedacinho do mapa europeu que passa desapercebido por muita gente. Agradeci à minha velha curiosidade por me proporcionar aquele momento e comecei então a curtir a rápida estadia naquelas terras.

Governado por uma das famílias nobres mais antigas da Europa, o “Fürstentum Liechtenstein” (Principado de Liechtenstein) possui apenas 160 km², onde vivem seus cerca de 35 mil habitantes. O Castelo de Vaduz, onde vive a família real, tem mais de 700 anos de idade e fica situado a beira de um penhasco. Uma paisagem e tanto. 
Alvo dos apreciadores de esqui, o país também é procurado por quem pratica Mountain Bike e ainda produz excelentes vinhos, utiliza a mesma moeda dos suíços (com quem mantém um tratado de comércio), é o cenário anual do “Liechtenstein Guitar Days” um festival de música que abre espaço para grandes guitarristas e é palco de um festival de cinema a céu aberto, o Vaduz Film Festival. 

Mas o mais curioso, ao menos para mim que sempre nutri uma curiosidade sobre esse minúsculo país, foi descobrir nessa minha viagem que a data oficial do Principado é o dia 15 de agosto, mesmo dia em que comemoro aniversário. Surpresa grata para um apreciador do local.




Para quem vai a Liechtenstein, uma dica: não esqueça de dar uma passada no Centro de Informações Turísticas e solicitar que carimbem o seu passaporte. Uma recordação que pouca gente tem.