segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

COP 15

Durante as duas últimas semanas o mundo esteve voltado para Copenhagen, capital da Dinamarca, onde aconteceu a 15ª Conferência das Partes, realizada pela UNFCCC – Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Apesar da expectativa gerada em torno do encontro, do qual se esperava uma proposta dos líderes mundiais para combater o aquecimento global, o resultado ficou aquém do esperado e o que se viu por parte dos maiores poluidores mundiais, principalmente EUA e China, foi apenas um pequeno avanço que não deve surtir os efeitos esperados pelos ambientalistas.

Mas o que eu acho mais interessante é ver as pessoas criticando os grandes líderes por não tomarem atitudes, sendo que muitas vezes nem elas mesmas tomam atitudes simples para colaborar com a sustentabilidade do meio-ambiente. É fácil criticar o Barak Obama, afinal os Estados Unidos realmente não querem abrir mão do dinheiro emitido pelas chaminés das fábricas juntamente com os gases tóxicos. Mas será que essas pessoas que tanto criticam o cara fazem alguma coisa pela preservação do nosso planeta? Separam o lixo? Deixam o carro em casa e optam por transportes alternativos? Abrem mão do seu conforto por razões ambientalistas?

Quando saio de casa pela manhã e vejo a quantidade de carros circulando pelas ruas com apenas uma pessoa dentro ou quando vou ao supermercado e vejo as pessoas comprando dezenas de produtos com embalagens atraentes e imagino que o destino de todas essas embalagens é o lixo, começo a entender os americanos. O fato é que a grande maioria das pessoas não quer abrir mão de nada em favor do desenvolvimento sustentável. Assim como nós (e eu me incluo nesse bolo apesar de pensar muito no assunto e tomar algumas [poucas] atitudes ecologicamente corretas), as grandes potências mundiais não querem perder o seu conforto, nesse caso as cifras obtidas com o desenvolvimento econômico desenfreado.

É bem mais fácil jogar a culpa nos outros do que tomar atitudes de verdade, como deixar o carro na garagem e tomar um ônibus, caminhar ou pedalar até o trabalho. É mais prático comprar refrigerantes em garrafas PET do que ir a feira comprar frutas produzidas sem agrotóxicos e preparar um suco natural. É menos complicado juntar todo o lixo no mesmo saco e despejá-lo em frente à casa para que o caminhão do lixo leve o problema embora e deixe a nossa consciência tranqüila, já que depois que o caminhão leva o lixo embora, o problema passa a ser do poder público.

Enquanto não fizermos a nossa parte para frear a industrialização desmedida, que só foca nos lucros financeiros, a coisa não vai mudar. Precisamos deixar a preguiça de lado e exercitar nossa consciência. Comprar produtos de empresas que privilegiam o desenvolvimento sustentável e boicotar as outras. Comprar produtos com embalagens retornáveis (ou ao menos recicláveis) e cobrar atitudes das empresas que jogam esses produtos no mercado. Comer menos carne vermelha para diminuir as emissões de metano pelas criações de gado e dar preferência a produtos orgânicos que não receberam doses de agrotóxicos durante o cultivo. Existem muitas coisas que podem ser feitas no dia-a-dia para minimizar o impacto negativo do desenvolvimento econômico. Não é necessário abrir mão do conforto, mas é preciso ter consciência e agir enquanto há tempo, para garantir um futuro sustentável.

Achei legal esse vídeo sobre o fórum infantil que ocorreu dentro da convenção em Copenhagen... quem sabe as próximas gerações cresçam mais conscientes.


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