domingo, 25 de abril de 2010

Um exemplo sobre as diferenças de foco das políticas públicas

Na semana que passou o Banco do Brasil anunciou a assinatura de um acordo que garante a aquisição de 51% das ações do Banco Patagônia, da Argentina, com o objetivo de ampliar a atuação do banco na América Latina e consequentemente fortalecer sua ação no mercado global. Fora isso, o banco também está em vias de obter autorização para atuar no mercado bancário dos Estados Unidos.



Tudo isso me faz lembrar da situação em que se encontrava o Banco do Brasil, há 10 anos atrás, quando passei no concurso e assumi como escriturário na agência de Cruz Alta (RS). No país inteiro, os funcionários do banco encontravam-se totalmente desesperançados, depois de 6 anos sem um tostão de aumento real em seus salários. As ações sociais do BB eram mínimas e a imagem do banco estava desgastada perante a sociedade. A Participação nos Lucros dada aos funcionários era vergonhosa e o lucro obtido não fazia frente aos concorrentes.


Tudo isso fazia parte de uma política desestimuladora do governo Fernando Henrique Cardoso, cujo objetivo principal era fragilizar a imagem do banco para que isso justificasse sua privatização num eventual próximo mandato da dupla PSDB/PFL. Felizmente José Serra perdeu a eleição e a política elitista e interesseira do neoliberalismo caiu por terra.


Hoje, 8 anos após o fim da era FHC, o Banco do Brasil se encontra em uma situação totalmente diferente daquela em que se encontrava em 2002. Seus lucros fazem frente aos concorrentes do mercado nacional e com as aquisições do BESC, BEP e principalmente da Nossa Caixa, o BB ostenta hoje a posição de maior banco da América Latina.


Além de expandir sua atuação na área comercial, com o objetivo de se manter no mercado, o banco não deixa de desempenhar sua atividade social inerente a qualquer banco público. Além dos inúmeros programas sociais em que o banco representa o Governo na área financeira, um grande projeto foi colocado em prática com a finalidade de incentivar o Desenvolvimento Regional Sustentável em todos os cantos do país.

(http://www.bb.com.br/portalbb/home1,8368,8368,0,0,1,6.bb)


Não estou falando aqui unicamente como funcionário, mas principalmente como brasileiro, que tem orgulho de ver como uma empresa consegue sobreviver no mercado por mais de 200 anos sem perder a competitividade. O ponto onde o banco chegou hoje é fruto do trabalho de todos os funcionários, mas também de uma política de governo adequada e que sabe valorizar as empresas públicas e as de economia mista (como é o caso do BB).




O BB é apenas um caso que ilustra a política atual do país, e me faz pensar se vale a pena regredir, voltar atrás e cair de novo nas garras de uma política desoladora. Eu não quero isso de volta.

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