segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

MAPAS, BANDEIRAS E UM PAÍS QUE NINGUÉM CONHECE

Quando criança eu tinha um fascínio por mapas, que foi desaparecendo com o tempo. Ou talvez se transformando. Não sei. Eu era capaz de ficar horas e horas folheando um atlas do meu pai, observando curiosamente todos aqueles países distantes e descobrindo o nome de suas capitais. Aos cinco anos eu já sabia quase todas. De cor e salteado.

Alguns anos depois minha mãe comprou um atlas maior, quase do meu tamanho, e eu estudava minuciosamente as informações sobre os mais diferentes lugares do mundo. E partindo dos mapas, mudei meu foco de interesse para as bandeiras. Desenhava todas e pintava com lápis de cor. E assim fui aprendendo muito sobre geografia, a ponto de encher a paciência das professoras com perguntas e mais perguntas.

De todos os continentes, o meu preferido sempre foi a Europa. Provavelmente por sua história, por suas paisagens e por toda a fama que envolve as cidades européias. Mas o que me deixava mais impressionado é que em meio a tantos países famosos, existia alguns tão pequenos que ninguém nunca falava deles. Malta, Andorra, San Marino, Liechtenstein... E era sobre esses pequenos países que minha curiosidade freqüentemente recaía. Como que um país poderia ser tão pequeno, a ponto de sua população ser menor que a da minha pequena cidade no interior gaúcho?


Eu cresci e a curiosidade não desapareceu, apenas se manteve latente. E há pouco tempo, enquanto programava uma viagem à Europa com dois amigos, eles me perguntaram o que eu queria fazer em Liechtenstein. A resposta foi fácil: eu gosto de conhecer lugares onde “ninguém” vai... Depois de tê-los convencido, colocamos o pé na estrada, rumo à Vaduz, capital do pequeno principado encravado nos Alpes, espremido entre as fronteiras da Suíça e da Áustria.
Ao cruzar a fronteira e entrar nos domínios do pequeno país lembrei do velho atlas e me dei conta de que estava pisando naquele pequeno pedacinho do mapa europeu que passa desapercebido por muita gente. Agradeci à minha velha curiosidade por me proporcionar aquele momento e comecei então a curtir a rápida estadia naquelas terras.

Governado por uma das famílias nobres mais antigas da Europa, o “Fürstentum Liechtenstein” (Principado de Liechtenstein) possui apenas 160 km², onde vivem seus cerca de 35 mil habitantes. O Castelo de Vaduz, onde vive a família real, tem mais de 700 anos de idade e fica situado a beira de um penhasco. Uma paisagem e tanto. 
Alvo dos apreciadores de esqui, o país também é procurado por quem pratica Mountain Bike e ainda produz excelentes vinhos, utiliza a mesma moeda dos suíços (com quem mantém um tratado de comércio), é o cenário anual do “Liechtenstein Guitar Days” um festival de música que abre espaço para grandes guitarristas e é palco de um festival de cinema a céu aberto, o Vaduz Film Festival. 

Mas o mais curioso, ao menos para mim que sempre nutri uma curiosidade sobre esse minúsculo país, foi descobrir nessa minha viagem que a data oficial do Principado é o dia 15 de agosto, mesmo dia em que comemoro aniversário. Surpresa grata para um apreciador do local.




Para quem vai a Liechtenstein, uma dica: não esqueça de dar uma passada no Centro de Informações Turísticas e solicitar que carimbem o seu passaporte. Uma recordação que pouca gente tem.

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