Eu sempre tive um sentimento especial por Cuba, um orgulho de algo que nem era meu, apenas por ver aquele pequeno país da conturbada América Central sobreviver longe do imperialismo norte-americano. Minhas convicções socialistas, que nasceram na infância por influência de um tal Leonel Brizola, me levaram a crer durante muito tempo que a revolução conquistada por Fidel, Che e seus comandados era o caminho ideal contra o capitalismo.
Hoje eu consigo visualizar com um pouco mais de nitidez os prós e os contras dessa história toda e emitir uma opinião mais imparcial e menos apaixonada sobre Cuba. Admiro a firmeza dos irmãos Castro em manter a ilha afastada das garras ianques, mas também discordo de alguns métodos impostos pela ditadura que vigora no país há mais de 50 anos.
É de se admirar que um país como Cuba seja referência na área de medicina para o mundo e que o seu índice de analfabetismo seja zero. Ao se conversar com um cubano, é perceptível o seu nível cultural e sua capacidade de discernimento sobre a situação em que vivem. Todos têm argumentos fundamentados sobre o regime totalitário em que vivem, sejam contra ou a favor.
Cuba vive longe das drogas e se mantém a salvo do tráfico que assola diversos países latino-americanos, e talvez seja isso que colabore para que a violência inexista nas ruas e permita que os turistas andem com tranqüilidade pelas ruas de Havana, sem medo de serem assaltados ou assassinados a sangue frio, como vemos seguidamente acontecer aqui no Brasil.
Pesando contra o regime, não se pode deixar de falar na perda de liberdade de expressão, características de qualquer ditadura, e na falta de liberdade de ir e vir que impedem os cubanos de deixar o país a hora que quiserem, sem anuência do governo.
Os CDR (Comités de Defensa de la Revolución) existem em todos os quarteirões e funcionam como síndicos daquele pequeno espaço, sendo responsáveis por promoções culturais, esportivas, de segurança, etc. E também atuam de alguma forma como fiscais do regime socialista.
As opiniões sobre o sistema político do país são divergentes entre os cubanos. D., uma jovem de 30 anos, moradora de Cienfuegos e que viajava à Havana a trabalho, no mesmo ônibus que eu, vê em Cuba um paraíso para se viver e se orgulha da qualidade da educação e da saúde do país, mesmo reconhecendo os problemas que vivem. R., um rapaz de 21 anos que trabalha como massagista, critica o militarismo e diz que alguém que fala contra o governo pode ser preso caso seja denunciado e a partir daí ninguém mais sabe o que pode acontecer.
São opiniões divergentes sobre um país fascinante. Visitar Cuba manteve acesa minha paixão pelo país e, em contrapartida, me ajudou a analisar a situação mais cautelosamente, ouvindo opiniões diferentes e que de alguma forma se complementam.
Fala, Meu Guri! Susse?
ResponderExcluirTe escrevo para parabenizar pelo post sobre Cuba. Não sabia sobre essa sua faceta "Hitchhiker". (risos)
Cuba é - realmente - o mais "vintage" dos países do Mundo. Quero visitar lá. Dispenso o Cohiba, mas um bom Mojito, não abro mão.
Se vale a sugestão, monta um Flickr com as fotos de lá.
Um grande abraço.
Fabrício Enke.
Gostei da imparcialidade do texto. Coisa rara de se ver quando o assunto é Cuba...
ResponderExcluirO texto é excelente para quem quer conhecer um pouco mais sobre Cuba, resumidamente nos traz informações sobre opinião popular, destaque na saúde e educação e limitações impostas pela forma de governo.
ResponderExcluirPara passear, blz, Cuba é ótima!
ResponderExcluirExperimente morar, e esqueça seu macarrão com ou sem queijo, esqueça seu cinema, chocolate e carne então, só uma vez por mês. Cuba é utopia e tirania.
Mari Atis
neziaatis@hotmail.com
Direito e Letras.
Esquecer o cinema? Será que vc sabe que em Cuba funciona uma das maiores escolas de cinema da América Latina? Vc conhece alguma coisa do cinema cubano? É bom dar uma estudada no assunto, garanto que não vai se arrepender... ;)
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