Não sei explicar ao certo o que move minha paixão pela sétima arte, mas acho que essa coisa de sair da sala de cinema com a pulga atrás da orelha depois de ver um filme faz parte disso. Hoje assisti o primeiro longa da Ana Luíza Azevedo, “Antes que o mundo acabe”, produção da Casa de Cinema de Porto Alegre. Trata-se uma história simples mas muito bem contada, um recorte interessante de uma das melhores fases da vida, a adolescência.
A história se passa numa cidadezinha do interior gaúcho, e talvez por isso eu tenha me identificado com algumas (ou muitas) coisas do filme e isso me deixou pensativo, me fez lembrar da minha adolescência, da época em que eu sabia muito pouco sobre quase nada, e não que hoje eu saiba muito sobre tantas coisas, mas talvez um pouco mais do que naquela época e isso me fez sentir saudade da ingenuidade e curiosidade daquele tempo.
Nessa época da vida a gente faz tantos planos, sonha com tantas coisas e depois que o tempo passa fica até difícil de lembrar com o que a gente sonhava e o que a gente planejava. A vida vai levando a gente por caminhos que muitas vezes não pensamos em percorrer, e muitos destes planos e sonhos se perdem, ou se transformam em outros. E nem percebemos em que ponto eles se perderam ou em que se transformaram.
É preciso que conservemos um pouco dessa ingenuidade da adolescência, para que não fiquemos práticos demais e o mundo perca a graça. Precisamos deixar que a vida continue a nos surpreender, a nos mostrar coisas novas e a nos dizer insistentemente que não devemos abandonar nossos sonhos, por mais distantes que eles pareçam.
A vida é uma só, e é preciso aproveitar o que ela tem pra oferecer. Acho que às vezes faz bem esquecer que nos tornamos adultos e encarar o mundo como um adolescente, afinal sempre vai haver alguma coisa diferente para a gente descobrir.
Pra quem não assistiu o filme, eu recomendo.